segunda-feira, 23 de maio de 2011

Triunfalismo versus Martírio

Igreja triunfalista não é o mesmo que Igreja triunfante

Poucas coisas são tão nocivas à Igreja de Jesus quanto um conceito errôneo de triunfo. A Bíblia é clara quando diz que somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou (Rm 8.37). Paulo agradece a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo (II Co 2.14). Em Apocalipse, Jesus finaliza cada uma das sete cartas às igrejas da Ásia com a expressão “ao vencedor” ou “ao que vencer” (Ap 2.7,11,17, 26 e 3:5,12,21), demonstrando que Deus planejou vitória para o Seu povo. O problema, portanto, não é se o crente é um vencedor ou não, mas o que significa ser vencedor.
Por causa da influência da filosofia capitalista reinante no Ocidente, a maioria das pessoas entende vitória como conquistar empregos com altos salários, comprar carros importados de primeira linha, acumular propriedades e bens os mais supérfluos. Muitos também pensam que ser vitorioso é desfrutar de saúde inabalável, reputação invejável, alta posição social, liderança no ambiente secular ou eclesiástico, etc. O conceito de vitória dos triunfalistas - obcecados pelo sucesso - não admite, sob hipótese alguma, o sofrimento. Todavia, não é este o conceito que a Bíblia apresenta de triunfo.Biblicamente o triunfo de um crente pode não apenas incluir sofrimento, como se manifestar em sua melhor forma por meio dele. Isso é o que mostra a galeria dos heróis da fé - heróis que silenciosamente expõem a insensatez de muitos que nem de longe parecem discípulos de Jesus. Os triunfalistas gostam muito da primeira parte de Hebreus 11, porque até o versículo 35 os heróis apresentados tiveram o que o homem natural e o crente carnal consideram um final feliz. Mas, ao lermos os versículos 36 em diante, encontramos situações que não se encaixam no triunfalismo daqueles que pensam que nunca experimentarão qualquer tipo de sofrimento, porque são mais que vencedores.
Os heróis citados nesta parte do texto “passaram pela prova de escárnios e açoites, sim, até de algemas e prisões. Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos, maltratados (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra.” (Hb 11.36-38). Esse é o tipo de passagem que um pregador triunfalista jamais pregaria. Mas o triunfo, como Deus o vê, não é ter “Biblicamente o triunfo de um crente pode não apenas incluir o sofrimento, como se manifestar em sua melhor forma por meio dele” conta na Suíça ou coisa assim. Para Deus, triunfante é o homem que é fiel e perseverante até a morte. A estes Deus chama “homens dos quais o mundo não era digno”. Muitos gostam de evocar Fp 4.13 -“tudo posso naquele que me fortalece” - para dizer que vão levar sempre a melhor em todas as transações no mundo - dos negócios ao prazer. O que a maioria não percebe é que a frase deste versículo é continuação do seguinte parágrafo: “Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece.” (Fp 4.12,13). O que Paulo quer dizer é que riqueza ou pobreza para ele não fazem a mínima diferença. O que conta é o poder que vem de Deus para suportar todas as dificuldades e não se iludir com as facilidades quando chegarem. Não é uma garantia de que tudo o que eu faço vai dar certo, não importa o que aconteça. Esta discrepância entre triunfo e triunfalismo é a base de muitos outros desvios doutrinários, resultando principalmente na Teologia da Prosperidade e na teologia desvirtuada e, cada vez mais popular, de Batalha Espiritual que exorciza demônio até de TV pifada. Mas, o legítimo vencedor descansa na mesma certeza de Paulo: “Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor.” (Rm 14.8).

Literatura Perigosa

Há grandes vantagens em se ter acesso à literatura evangélica de qualidade. Uma delas é que se pode aprender com pessoas, às vezes, mais experientes e com maior conhecimento bíblico. Isso ajuda muito a quem deseja crescer no conhecimento da Palavra e de assuntos relacionados a ela.
Alguns bons exemplos são os dicionários bíblicos, os livros sobre arqueologia bíblica, cronologia, comentários de autores reconhecidamente comprometidos com a sã doutrina como, por exemplo, D.L. Moody e Russell Shedd. O último, ainda servindo na seara do Senhor, é diretor das Edições Vida Nova, uma editora que publica exclusivamente livros de teologia e áreas afins - todos cuidadosamente analisados antes da publicação. Assim como esta, há outras editoras muito comprometidas com a Palavra de Deus. Mesmo assim, o crente deve ser criterioso na compra de livros ditos evangélicos. Como diz Paulo Romeiro, em seu livro Evangélicos em Crise, “o  crente que entrasse numa  livraria evangélica antigamente não precisava tomar tanto cuidado. Na maioria das vezes, ele tinha à sua disposição apenas material equilibrado, refletindo, portanto, sólidos ensinamentos bíblicos. Mas essa tranqüilidade acabou. Para nossa surpresa, muitas livrarias evangélicas hoje parecem um terreno minado. O crente cuidadoso tem que entrar com muita atenção para não comprar livros prejudiciais à vida cristã (é claro que não são todas que fazem isso).”.
Saber quem é o autor, pode ser o primeiro passo para saber se um livro é bom ou ruim para a saúde espiritual do crente. Quando digo isso, os primeiros nomes que me vêm à mente como autores perigosos são Peter Wagner, Rebecca Brown, Kenneth Hagin, Benny Hinn e Neuza Itioka. Certa vez, por falta de vigilância, comprei alguns livros da Rebecca Brown e passei um deles para vários irmãos, sem ter lido todo o conteúdo. Para minha profunda tristeza, algumas pessoas ficaram fascinadas por alguns aspectos estranhos do livro e começaram a sensacionalizar tudo o que parecia mau ao seu redor. Profecias quase plagiadas do livro foram entregues a um pastor, que não hesitou em aceitá-las e ensiná-las como doutrina. Tragédia espiritual! Quando quis conversar com ele sobre isso, ele me evitou completamente. O que um simples livro desprovido de equilíbrio bíblico nas mãos de pessoas mais desprovidas ainda pode fazer! A culpa, na verdade não é tanto do autor, mas do leitor, uma vez que é responsabilidade deste e não daquele o que faz com o que leu. Só por uma questão de segurança, no caso de alguns autores, siga o conselho: Perigo de vida. Mantenha-se à distância!

http://www.cpr.org.br/ds11-5.pdf

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